No dia 6 de outubro de 2023, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) sediou o workshop Agrotóxicos e a Saúde da População Brasileira, realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), em parceria com a Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) e a Aliança Internacional pela Regulação dos Agrotóxicos (IPSA, sigla em inglês). Ocorrido no Teatro Marcos Lindenberg, do Campus São Paulo da universidade, o evento teve como objetivo disseminar o conhecimento científico sobre o impacto dos agrotóxicos na saúde humana, auxiliar o MDA na realização de políticas de fortalecimento da agricultura familiar e agroecológica e promover políticas de redução do uso de agrotóxicos.
Compuseram a mesa de abertura do workshop (da esq. p/ dir.): Hamilton Ribeiro Mota, diretor administrativo e financeiro da Ceagesp; Elvio Aparecido Motta, superintendente do MDA São Paulo; Sabrina Diniz, superintendente do Incra-SP; Sérgio Ribeiro, membro IPSA; Magnus Régios Dias da Silva, diretor da EPM/Unifesp; Raiane Assumpção, reitora da Unifesp; Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde, que representou a ministra da Saúde, Nísia Trindade; Jean Gorinchteyn, ex-secretário da Saúde do Estado de São Paulo; Nacime Mansur, superintendente do Hospital São Paulo (HSP/HU Unifesp); Larissa Beltramim, assessora do gabinete do MDA; e Fulvio Scorza, professor da EPM/Unifesp e diretor científico do MDA
Na cerimônia de abertura do encontro, a reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Raiane Assumpção, reconheceu a grandiosidade e a importância do evento e de sua proposta, sendo um dia de reflexões e de estudos relacionados a um tema desafiador que exige um olhar das várias áreas do conhecimento. “Tenho certeza de que o workshop possibilitará avançarmos na produção científica como também em ações muito concretas no âmbito das políticas públicas”, garantiu.
Para Fulvio Scorza, professor da EPM/Unifesp e diretor científico do MDA, o interesse da comunidade pela iniciativa, que lotou o teatro e também pôde acompanhá-lo de forma virtual, demonstrou a importância do assunto e o prestígio da Unifesp e do MDA. “Esse workshop surgiu da preocupação dos cientistas, pois o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2008, o que causa efeitos deletérios à saúde da nossa população. E muitas vezes esse monitoramento e essa discussão não são feitos com profundidade”, alertou.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, representando a ministra da Saúde, Nísia Trindade, classificou a contaminação por agrotóxicos como sendo uma epidemia silenciosa ainda não dimensionada e alertou para as muitas barreiras para que se tenha essa informação corretamente. "Temos no Brasil um problema de invisibilidade completa, que o governo tenta agora colocar essa pauta como prioritária, fortalecendo a vigilância, para que possamos ter melhores políticas públicas através da informação".
Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, destacou a relevância do evento ao debater o tema, que diz respeito à saúde humana e do povo brasileiro, ressaltando a transição de uma economia baseada nos agrotóxicos para uma economia agroecológica, com a produção de alimentos saudáveis. "Não podemos interditar esse debate por aspectos econômicos, pois estamos vivendo uma transição de uma agricultura química para uma agricultura biológica. Temos condições de substituir esses agrotóxicos por bioinsumos. Nós queremos, a partir dessa discussão feita aqui, abrir o debate nacional para uma restrição desses insumos prejudiciais à saúde", concluiu.
Acordo de cooperação técnica
Ainda durante a abertura do workshop, foi realizada a assinatura de acordo de cooperação técnica entre o MDA, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-SP) e a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), em prol do acesso da agricultura familiar ao Hospital São Paulo, hospital universitário (HSP/HU Unifesp), aderindo à política pública de saúde e alimentação adequada e ao programa de aquisição de alimentos (PAA) para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Ao longo de todo o dia, a programação do evento contou com diversas palestras científicas ligadas à questão dos agrotóxicos, incluindo ainda o depoimento da agricultora familiar Bianca Lopes. Ao final do encontro, aconteceu o lançamento do livro Agrotóxicos e Colonialismo Químico, da professora da Universidade de São Paulo (USP) Larissa Bombardi.
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Fotos: Alex Reipert