Término do uso da marca comemorativa dos 25 anos da Unifesp
Extensão e cultura na trilha do conhecimento
Nesta edição da revista Entreteses, em que se comemoram os 25 anos da Unifesp, abordamos a extensão e a cultura produzidas no âmbito da instituição. É o volume em que apresentamos e reafirmamos a política de extensão e cultura, construída ao longo da história da universidade, e damos visibilidade a um conjunto de ações, processos, produtos e conhecimentos que emergem da relação de nossos campi com a sociedade.
A política de extensão e cultura, em consonância com as diretrizes nacionais, tomou como fundamento a concepção e a intencionalidade dos sujeitos que conduzem ações extensionistas e culturais na universidade. Foi, então, definida como um conjunto de ações e processos, de natureza educativa, cultural, científica e política, desenvolvido por metodologias que propiciam a assimilação e a construção do conhecimento, a partir dos desafios postos pela realidade vivida. Por meio do diálogo entre as práticas científicas e sociais, com atuação interdisciplinar e interprofissional, busca construir respostas às questões apresentadas, na perspectiva da formação individual e da transformação da sociedade, valorizando a diversidade e os direitos socioambientais da população.
Na Unifesp a extensão e a cultura têm sido fortalecidas pela produção gerada a partir da indissociabilidade entre extensão, ensino e pesquisa; pela ampliação da prestação de serviços e do número de programas, projetos, cursos de extensão e eventos institucionais; e pelo aprimoramento dos cursos de especialização e de aperfeiçoamento. Houve, também, uma aposta em diversas iniciativas na interface com outras pró-reitorias, a exemplo da política de observatórios, da Apresentação - Curricularização, do Projeto Acadêmico de Prestação de Serviços (Paps), da inovação social, da política de direitos humanos, da política de cultura e da institucionalização das empresas juniores.
É importante ressaltar que a Unifesp tem sido responsável por desenvolver programas que contribuem com as políticas públicas, tais como cursos de especialização (lato sensu) e de extensão que visam à capacitação dos servidores públicos e da população em geral. Entre esses, destacamos a especialização em Saúde da Família (UnA-SUS/Unifesp); o aperfeiçoamento para agentes de saúde indígena (por meio do Projeto Xingu e da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde); o curso de extensão Supera (Sistema para Detecção do Uso Abusivo e Dependência de Substâncias Psicoativas: Encaminhamento, Intervenção Breve, Reinserção Social e Acompanhamento) para profissionais de saúde, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp); e o Núcleo Telessaúde Brasil Redes, que resulta de parceria entre a Unifesp/ Secretaria de Educação a Distância (Sead) e o Ministério da Saúde.
Outras ações desenvolvidas ao longo da história da Unifesp vêm assumindo, além do valor estético, um papel pedagógico importante, inclusive para a sociabilidade e a inclusão. O Museu Histórico Prof. Dr. Wladimir da Prússia Gomez Ferraz, da Escola Paulista de Medicina, o Coral Unifesp, o Projeto Jovem.doc, a Cátedra Kaapora, a Cátedra Edward Saïd, o Projeto Artes do Corpo, o Laboratório de Artes Visuais (Labart) e a Semana Unifesp Mostra sua Arte. Todo esse potencial, edificado ao longo de 25 anos, promoveu transformações na universidade como um todo. Revisões da prática docente, alterações e ajustes na estrutura organizacional e, ainda, reflexões sobre o conceito e o papel da instituição nos diferentes contextos – nacional e internacional.
Nesse sentido, o cenário de desafio e reinvenção permanece atual para a universidade pública. Cabe a ela continuar a contribuir para o enfrentamento das crises contemporâneas, oferecendo subsídios científicos, de forma ética e comprometida com a emancipação humana. E é justamente na compreensão desse propósito que a extensão e a cultura universitárias reiteram seu significado: como prática acadêmica produtora de conhecimento na diversidade e na interação dialógica com a sociedade.
Raiane Assumpção - Pró-reitora de Extensão e Cultura (Fotografia: Alex Reipert)
Extensão universitária abre espaço à inovação social
A Unifesp é destaque no ensino e na pesquisa, êxito avalizado pelos indicadores contidos em rankings nacionais, como no RUF/Folha de S. Paulo, e internacionais, como no conceituado The Higher Education (THE). Contudo, é preciso falar de uma faceta muito desenvolvida e pouco divulgada, que é a extensão universitária, a qual se integra ao ensino e à pesquisa na missão da universidade. De acordo com a Política Nacional de Extensão Universitária, a extensão é definida como “um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político que promove a interação transformadora entre universidade e outros setores da sociedade”. Representa, dessa forma, um conjunto de ações, processos, produtos e conhecimentos oriundos da conexão direta entre a universidade e as diferentes comunidades e camadas sociais.
Na Unifesp, a extensão denota uma vasta gama de atividades inter e multidisciplinares ligadas ao ensino e à formação de profissionais, bem como a possibilidade de aplicação direta dos conhecimentos gerados pela pesquisa em projetos da iniciativa privada e do poder público. Nestes 25 anos, desde a criação da Unifesp, e durante os 86 anos que decorreram desde que germinou sua primeira semente, a Escola Paulista de Medicina, verificamos uma grande transformação na extensão, tanto conceitual quanto prática.
Antes, a extensão era entendida como uma área voltada apenas aos cursos de especialização ou à assistência à saúde – no caso, o atendimento pelo Hospital Universitário. Hoje a universidade expandiu sua visão, realizando as atividades de extensão em diversos níveis: projetos sociais, formação a distância, criação de estratégias de atuação em movimentos populares, atendimento às populações mais carentes nas próprias localidades, ensino a refugiados, atendimento em saúde a grupos sociais vulneráveis, projetos de combate à violência e às drogas, políticas de ações afirmativas, núcleos de estudos africanos e indígenas e cátedras de estudos populares.
Mais recentemente, introduzimos novas dimensões institucionais para a extensão ao criarmos as áreas de direitos humanos e de cultura, tornando aquele setor mais abrangente e transversal. Alinhados com nosso tempo, reservamos à cultura um lugar que não é limitado ao entretenimento ou ao lazer, o que resultou na mudança de denominação do órgão responsável pela gestão dessas questões para Pró-Reitoria de Extensão e Cultura.
Nesse contexto, celebramos o cumprimento da diretriz do Plano Nacional de Educação de 2014-2024, de 10% da creditação curricular às ações extensionistas. Destacamos também a ampliação do espectro de ações no que diz respeito à prestação de serviços, por meio da implementação dos Projetos Acadêmicos de Prestação de Serviços (Paps), o que possibilita parcerias com a iniciativa privada na perspectiva acadêmica. Demos maior espaço à inovação e tecnologia social, que tomam forma por meio de iniciativas como as empresas juniores, fortemente conectadas com a recém-criada Agência de Inovação Tecnológica e Social (Agits) da Unifesp.
Por meio de ferramentas digitais, a extensão leva o conhecimento a locais nunca antes imaginados pelos setores que compõem nossa instituição. Os extensionistas experimentam e executam, por meio dos 43 programas e 179 projetos em vigência na Unifesp, as cinco diretrizes que norteiam as ações de extensão: interação dialógica; interdisciplinaridade e interprofissionalidade; indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão; impacto na formação do estudante; e impacto e transformação social.
Assim, como determina a Constituição Cidadã de 1988, a Unifesp ajuda a promover e a garantir os valores democráticos da equidade e do desenvolvimento da sociedade em suas dimensões humana, ética, econômica, cultural e social.
Parabéns aos extensionistas. E isso significa parabenizar toda a Unifesp, que continua mobilizada, tornando-se cada vez mais ativa, abrangente e consciente de seu papel como universidade – pública e inserida na sociedade.
Desejamos a todos uma boa leitura.
Soraya Smaili - Reitora da Unifesp (Fotografia: Alex Reipert)
Expediente
Expediente
A revista Entreteses é uma publicação semestral da Universidade Federal de São Paulo.
ISSN 2525-5401 (publicação impressa)
ISSN 2525-538X (publicação on-line )
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
Reitora: Soraya Soubhi Smaili
Vice-Reitor: Nelson Sass
Pró-Reitora de Administração: Tânia Mara Francisco
Pró-Reitor de Assuntos Estudantis: Anderson da Silva Rosa
Pró-Reitora de Extensão e Cultura: Raiane Patrícia Severino Assumpção
Pró-Reitor de Gestão com Pessoas: Murched Omar Taha
Pró-Reitora de Graduação: Isabel Marian Hartmann de Quadros
Pró-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa: Lia Rita Azeredo Bittencourt
Pró-Reitor de Planejamento: Pedro Fiori Arantes
Jornalista responsável/Editor: Walter Teixeira Lima Junior (MTB 23.663/SP)
Coordenação: Valquíria Carnaúba
Reportagem: Daniel Patini, Denis Dana, José Luiz Guerra, Juliana Narimatsu, Lu Sudré, Marcos Zeitoune, Matheus Campos, Paula Garcia, Tamires Tavares e Valquíria Carnaúba
Projeto gráfico e diagramação: Ana Carolina Fagundes
Infografia e ilustração: Ana Carolina Fagundes
Revisão: Celina Maria Brunieri e Felipe Costa
Fotografia: Alex Reipert / Créditos indicados nas imagens
Capa: Alex Reipert
Tratamento de imagens: Alex Reipert / Ana Carolina Fagundes
Conselho Editorial: Lia Rita Azeredo Bittencourt, Karen Spadari Ferreira, Débora Cristina Hipólide, Bruno Moreira Silva, Ricardo Pimenta Bertolla, Andréa Slemian, Marimélia Aparecida Porcionatto, Vera Raquel Aburesi Salvadori
Conselho Científico: Olgária Chain Feres Matos, Renato Janine Ribeiro, Ruy Ribeiro de Campos Jr., Paulo Schor e Fulvio Alexandre Scorza
Revista Entreteses n° 12 – Novembro/2019
www.unifesp.br/entreteses
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Tiragem: 4.000 exemplares
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
Direção: Walter Teixeira Lima Junior
Jornalismo: Daniel Patini, José Luiz Guerra, Juliana Narimatsu, Paula Garcia, Tamires Tavares e Valquíria Carnaúba
Design: Ana Carolina Fagundes e Paula Garcia
Fotografia: Alex Reipert
Audiovisual: Gabryelle Pereira da Silva, Jean Carlo Silva, Loiane Caroline Vilefort e Reinaldo Gimenez (coordenação)
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Revisão: Celina Maria Brunieri e Felipe Costa
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Edição 12 - Entreteses
Carta da Reitora :: Extensão universitária abre espaço à inovação social
Editorial :: Extensão e cultura na trilha do conhecimento
Entrevista • Naomar de Almeida Filho :: Um caminho para o diálogo entre universidade e sociedade
Perfis
:: A escola de Brenda
:: A história de Gustavo
:: Vanessa do Jardim Santa Mônica
Extensão Universitária :: Sou mais importante do que pensam...
Integração Social :: Ações de integração fortalecem vínculos geracionais e culturais
Igualdade Racial :: Educação no combate à discriminação
Diversidade :: (Trans)formando vidas
Fibromialgia :: Aprendendo a conviver com a dor
Campus São Paulo | EPM • EPE :: Tradição e história na extensão universitária
Parentalidade :: Amor e ciência em toques que fazem diferença
Assistência Social :: ‘ComUnidade’ fortalece elo entre Unifesp e população
Campus Baixada Santista | ISS • IMar :: Iniciativas que promovem transformação social
Cultura Popular :: Campus aberto à educação pública
Comunicação Social :: Em sintonia com a sociedade
Bem-estar :: Saúde à beira-mar
Drogas :: Formação de agentes na construção de novas realidades
Campus Guarulhos | EFLCH :: O desafiador encontro entre a comunidade e a academia
Artes Cênicas :: Da sala ao palco: ensino de teatro e formação
Saúde Mental :: Música em benefício da vida
Artes Visuais :: Antropologia para entender a periferia
Sala de Aula :: Jogos recreativos revelam a face lúdica e prazerosa da Matemática
Campus Diadema | ICAQF :: Educação e meio ambiente em evidência
Cosmetologia :: Medindo as emoções
Laboratório de Ciências :: Cientistas por um dia
Agroecologia :: O que você alimenta quando se alimenta?
Meio Ambiente :: Troca de saberes
Campus São José dos Campos | ICT :: Vocação tecnológica, olhar para o social
Impressão 3D :: Agora elas podem brincar!
Exposição :: Um museu que inspira o futuro
Educação :: Robôs sem fronteiras: rumo à sala de aula
Empreendedorismo :: Códigos e corações abertos
Campus Osasco | Eppen :: Remodelando territórios
Finanças :: Pensar antes de gastar
Inclusão Econômica :: Cooperação e autogestão moldam propostas de economia solidária
Novembro 2019
Bem-vindo à edição n.o 12 da revista Entreteses! Você, que nos acompanha, sabe o que estamos comemorando e que é parte dessa festa. Em 2019, a Unifesp completa 25 anos de uma linda trajetória, completamente voltada à sociedade, por meio do tradicional ensino superior, do desenvolvimento de pesquisas e da extensão universitária. Tema desta edição, as ações extensionistas compõem o tripé que sustenta a universidade pública, cravado no artigo 207 da Constituição Federal de 1988. Porém, o eixo da extensão costuma ser menos óbvio no que tange ao retorno social da universidade.
Uma parábola famosa, capaz de definir precisamente a amplitude da extensão universitária, é a do bambu chinês. Depois de plantada a semente dessa árvore nativa do sul da China, não se vê nada por aproximadamente cinco anos – exceto o lento desabrochar de um pequeno broto a partir do bulbo. Somente após esse período, o bambu chinês cresce, atingindo uma altura de aproximadamente 25 metros. Assim, a extensão universitária fixa suas raízes na sociedade, dia após dia, à medida que atende indivíduos em situação de vulnerabilidade, jovens da rede pública, idosos, refugiados, indígenas e familiares de desaparecidos, ou mesmo complementa o aprendizado de estudantes em sua passagem pela graduação.
O resultado de todas essas ações constrói, fibra por fibra, o caule de cada uma das árvores mencionadas, que representam a inovação social, a economia solidária, o empreendedorismo social, a gestão comum de bens e o terceiro setor. E que se desdobram em um cursinho comunitário que prepara turmas de alunos para o vestibular; em um programa de apoio a pacientes com fibromialgia, que alimenta o otimismo de centenas de pacientes, até que estes estejam preparados para enfrentar suas angústias e dar apoio a outras pessoas na mesma condição; em uma nova esperança para estudantes sujeitos a transtornos mentais, como ansiedade e depressão, por meio do canto e da música; e na antecipação de mudanças impostas pelo panorama global, abraçando uma agenda voltada ao desenvolvimento sustentável.
Na Unifesp, essas sementes foram plantadas há 25 anos, e seu crescimento já é visível de longe. Agora, é o momento de compartilhar tais conquistas com você – a quem desejamos ótima leitura!
Compliance no Terceiro Setor - controle e integridade nas organizações da sociedade civil
Dos símbolos aos índios do Brasil
Escola Paulista de Medicina e Escola Paulista de Enfermagem
O mais antigo dos seis campi, o Campus São Paulo, originado da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) e da Escola Paulista de Enfermagem (EPE/Unifesp), é referência na formação de profissionais da saúde no país
O Campus São Paulo é integrado por duas unidades universitárias: a Escola Paulista de Medicina (EPM) e a Escola Paulista de Enfermagem (EPE). Criadas respectivamente em 1933 e 1939, ambas têm contribuído de forma relevante para o avanço das ciências, para a formação de profissionais da saúde e pesquisadores e para a excelência na prestação assistencial à saúde. O Hospital São Paulo (HSP), que detém a condição de Hospital Universitário, constitui referência no tratamento de alta complexidade no país.
Em 1994, nos termos da Lei nº 8.957/94, a EPM transformou-se em universidade federal, passando a denominar-se Universidade Federal de São Paulo. Ao longo de sua história, a instituição tem desempenhado importante papel na formulação e implantação de políticas públicas relativas à educação e à saúde. A partir de 2005, integrando a política federal para o setor educacional, experimentou intenso processo de expansão. Em 2010, com a transferência dos órgãos centrais da administração para instalações próprias, constitui-se o Campus São Paulo, de forma independente.
Formando profissionais para o país
Na graduação, os cerca de 1.550 alunos estão distribuídos entre os sete cursos oferecidos (Medicina, Fonoaudiologia, Ciências Biológicas/Modalidade médica, Tecnologia Oftálmica, Tecnologia em Radiologia, Tecnologia em Informática em Saúde e Enfermagem), beneficiando-se do Hospital São Paulo como cenário para a prática do ensino, da pesquisa e da assistência. Inaugurado parcialmente em 1940, o HSP foi o primeiro hospital-escola do país construído com essa finalidade, tendo obtido, em 2004, o reconhecimento oficial como hospital universitário da Unifesp.
Situado na Vila Clementino, na zona sul da cidade, o Campus São Paulo possui uma ampla estrutura física para o desenvolvimento de suas atividades, a qual abrange os grandes edifícios com laboratórios instalados, como o de Ciências Biomédicas, de Pesquisa I, de Pesquisa II (Prof. Dr. Nestor Schor) e o Instituto Nacional de Farmacologia e Biologia Molecular (Infar), bem como os edifícios destinados às ações didáticas, como o Lemos Torres, Leitão da Cunha, Costabile Galucci e a Biblioteca Central.
Excelência também na pós-graduação lato e stricto sensu
A Escola Paulista de Medicina responde pelo funcionamento de uma das maiores estruturas de residência médica no Brasil e da maior entre as universidades federais, com 84 programas credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica e 1.066 médicos residentes matriculados. A Escola Paulista de Enfermagem e o Hospital São Paulo/Hospital Universitário coordenam, de forma articulada, 12 programas de residência multiprofissional e uniprofissional em saúde, com 350 matriculados em 2019.
Em 2018, a pós-graduação lato sensu proporcionou a abertura de 1.096 vagas para 93 cursos de especialização; os cursos de aperfeiçoamento – em número de seis – disponibilizaram 300 vagas. Ainda em 2018, na área de extensão, a EPM – que desenvolve três programas e 18 projetos sociais – ofereceu 12.491 vagas nessa modalidade de curso e 11.065 vagas em eventos; foram também efetuadas 219 matrículas em cursos de atualização profissional. Em funcionamento desde 2011, a Unidade de Extensão Universitária de Santo Amaro busca atender às demandas dos moradores da zona sul do município de São Paulo, no âmbito da qualificação profissional, aprimoramento cultural e educação em saúde.
A EPM e a EPE são reconhecidas pela excelência de seus programas de pós-graduação stricto sensu: a primeira mantém 31 cursos de doutorado, 33 de mestrado acadêmico e quatro de mestrado profissional; a segunda desenvolve um curso de doutorado, um de mestrado acadêmico e um de mestrado profissional. Considerando-se o total de programas das duas unidades universitárias, nove deles receberam conceitos 6 e 7 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação (MEC). O restante dos programas – em sua maioria – enquadra-se nos conceitos 4 e 5.
EPM • Pós-graduação em números:
35 | programas de pós-graduação |
68 | cursos de pós-graduação |
33 | cursos de mestrado acadêmico |
4 | cursos de mestrado profissional |
31 | cursos de doutorado |
1.132 | estudantes de mestrado acadêmico |
367 | estudantes de mestrado profissional |
1.400 | estudantes de doutorado |
725 | docentes/orientadores credenciados |
17.348 | estudantes titulados até 2018 |
Dados extraídos do Sistemas Integrado de Informações Universitárias (SIIU) em 28/3/2019
EPE • Pós-graduação em números:
2 | programas de pós-graduação |
3 | cursos de pós-graduação |
1 | curso de mestrado acadêmico |
1 | curso de mestrado profissional |
1 | cursos de doutorado |
80 | estudantes de mestrado acadêmico |
151 | estudantes de mestrado profissional |
108 | estudantes de doutorado |
81 | docentes/orientadores credenciados |
1.248 | estudantes titulados até 2018 |
Dados extraídos do Sistemas Integrado de Informações Universitárias (SIIU) em 28/3/2019
Nossa universidade, aos olhos de grandes parceiros
Cada qual com sua visão, gestores e ex-gestores de instituições relevantes dão um pequeno relato da importância da Unifesp para o desenvolvimento do país
Unifesp é uma referência no país
A Unifesp é uma das universidades federais mais preeminentes tanto na preparação de recursos humanos como na pesquisa. Originou-se da Escola Paulista de Medicina, que era um centro de excelência para a formação nas áreas básicas de Biologia e Biologia Molecular, nas áreas médicas e nas especialidades médicas. Há 25 anos, transformou-se em uma universidade especializada e, em seguida, começou a ampliar seu escopo, incorporando novas áreas de conhecimento. Continua a ser uma referência em Biomedicina, tendo-se qualificado rapidamente nas Ciências Humanas e nas Ciências Sociais Aplicadas. Tornou-se uma instituição de referência não só para o Estado de São Paulo como também para o país como um todo.
Abílio Baeta Neves
Ex-presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)
A Unifesp só veio a contribuir
A Unifesp é uma universidade relevante no Estado de São Paulo e no Brasil, ampliando a excelência que já expressava quando era ainda a Escola Paulista de Medicina (EPM), trazendo resultados importantes na área de ensino, pós-graduação e pesquisa para a sociedade brasileira, em parceria com organizações internacionais.
Particularmente para São José dos Campos, cidade que sedia o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e o cluster aeroespacial brasileiro, a Unifesp vem a contribuir com o nosso desenvolvimento. Destaca-se que a Unifesp escolheu o Parque Tecnológico de São José dos Campos para sediar um de seus campi para atuar em áreas da vocação tecnológica da cidade, como Engenharia e Ciência da Computação, Engenharia de Materiais, Biotecnologia e Matemática Computacional, dentre outros cursos, o que muito ajuda nas interações com o setor produtivo, notadamente para as empresas de pesquisa e desenvolvimento do setor aeroespacial.
É com satisfação que mencionamos que egressos do ITA apoiaram a criação da unidade da Unifesp em São José dos Campos, seja por meio de professores que atuam lá, como até mesmo na Direção do instituto. Dois diretores (Milioni, 2010-2012, e Horácio Yanasse, 2016-atual) do campus são ex-estudantes do ITA, o primeiro também ex-professor.
Unindo duas instituições de renome nacional e internacional, o ITA e a Unifesp estabeleceram um programa de pós-graduação em associação, devidamente aprovado e reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) na área de pesquisa operacional. A parceria iniciou-se em 2015 e já produziu resultados.
Parabéns à Unifesp.
Anderson Ribeiro Correia
Ex-reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)
25 anos da Unifesp
A Unifesp, assim como a Unicamp, é uma universidade que já nasceu com tradição. Se no caso da Unicamp isso se deveu à experiência trazida pelos pioneiros que ajudaram a estruturar as primeiras unidades e cursos da universidade, no da Unifesp o que contou foi a excelência em ensino, pesquisa e assistência herdada da Escola Paulista de Medicina (EPM).
Fundada em 1933, a EPM já acumulava, à época da criação da Unifesp, décadas de dedicação à formação de profissionais de saúde da mais alta qualidade, à promoção do avanço da ciência e ao atendimento da população de São Paulo e de outros Estados. Vale lembrar que a EPM foi a primeira escola médica do Brasil a possuir seu próprio hospital de ensino – o Hospital São Paulo, referência nacional no tratamento de casos de alta complexidade.
Como se vê, não é surpresa que a Unifesp se tenha tornado em tão pouco tempo uma universidade reconhecida e respeitada no Brasil e no exterior. De fato, ela ocupa hoje posição de destaque no conjunto das universidades federais brasileiras e é nome certo nos rankings especializados que apontam as melhores instituições de ensino superior da América Latina.
Para o Estado de São Paulo, em particular, foi de fundamental importância o rápido crescimento da Unifesp, ocorrido a partir de 2004. A expansão levou a jovem universidade para além dos limites da capital e do foco na área da saúde. Atualmente, a Unifesp forma excelentes profissionais, faz pesquisa e presta serviços à sociedade em outros cinco municípios paulistas, em diferentes áreas das ciências biológicas, humanas, exatas e tecnológicas.
Convém destacar, também, a parceria da Unifesp com a Unicamp e outras universidades federais e estaduais de São Paulo na defesa do ensino superior público e gratuito, da autonomia universitária e da pluralidade de ideias. Que a Unifesp continue contribuindo de forma decisiva, por meio de suas atividades acadêmicas e interações com a sociedade, para o desenvolvimento científico, tecnológico e social do Brasil.
Marcelo Knobel
Reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Imagem: Antonio Scarpinetti
Rica trajetória na produção de conhecimento
A Universidade Federal de São Paulo - nossa Unifesp - é, sem dúvida alguma, uma das instituições mais relevantes no Brasil. Sua trajetória é rica na produção de conhecimento, no desenvolvimento científico e na transformação social.
Suas bases se consolidaram nas ciências da saúde e sua tradição é reverberada pela excelência de suas pesquisas, pela formação de profissionais amplamente capacitados e por seus esforços para transformar o conhecimento gerado na universidade em entrega de serviços de ponta à sociedade.
A chegada do século XXI foi marcada por novos desafios à, já renomada, Unifesp. Visionária por natureza, iniciou a ampliação de suas frentes de ensino e assumiu a louvável responsabilidade de expandir suas atividades para regiões descentralizadas. Vieram, assim, os campi Baixada Santista, Diadema, Guarulhos, Osasco e São José dos Campos. Com os novos espaços, surgiram, também, mais diversidade de saberes científicos, mais reflexões conjunturais, e, principalmente, mais democratização do ensino superior público, gratuito e de qualidade.
Recentemente, essa referenciada instituição vem cumprindo outro importante papel no contexto nacional, atuando enfaticamente na defesa da ciência, da educação pública e da autonomia universitária. Ao incitar e promover debates em prol de aspectos tão fundamentais, a Unifesp reafirma seu compromisso com o Brasil e com os brasileiros.
Neste momento de celebração dos 25 anos da Unifesp, meus desejos são que a instituição mantenha-se ainda mais viva, contribuindo para o desenvolvimento do nosso país e siga perpetuando sua ousadia, tradição e força!
Dácio Matheus
Reitor da Universidade Federal do ABC (UFABC)
Os 25 anos da Universidade Federal de São Paulo
A Universidade Federal de São Paulo e a Universidade Federal de São Carlos são parceiras, federais estão instaladas no mesmo Estado o que as torna ainda mais próximas.
E como instituição de ensino superior mais velha, a Universidade Federal de São Carlos completará em 2019/20 meio século de atividades, reconhece na Unifesp uma instituição de ensino, pesquisa e extensão com trabalhos altamente qualificados, principalmente nas ciências da saúde.
Toda a comunidade UFSCar parabeniza a Unifesp por seu esforço durante esses 25 anos na formação de recursos humanos qualificados, na pesquisa e desenvolvimento de tecnologia de ponta em métodos diagnósticos e no tratamento de doenças.
Nossos cumprimentos por tantos resultados reconhecidos internacionalmente e pela aplicação de todo esse conhecimento em benefício da sociedade paulista em diversas áreas de conhecimento, principalmente no Hospital São Paulo, cujo trabalho elevou essa instituição médica ao reconhecimento de ser o maior hospital universitário do país, uma referência em procedimentos de alta complexidade custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Por fim, nossos votos de que a Unifesp mantenha-se no esforço constante para ultrapassar as fronteiras do conhecimento garantindo melhor qualidade de vida a todos os brasileiros.
Wanda Hoffmann
Reitora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Eu conheci a Escola Paulista de Medicina
Quando cheguei na Andifes, há 26 anos, o vice-presidente era Manuel Lopes dos Santos, diretor da Escola Paulista de Medicina (EPM). Desde então, já se observava a importância política e a liderança da escola no sistema federal de ensino superior. Também testemunhei o reconhecimento acadêmico, seja pelos indicadores das agências de fomento, seja pelo fato de vários reitores de outras universidades terem sido egressos da EPM. O Hospital São Paulo já era referência de qualidade.
Em 1994, eu vi nascer a Unifesp. Uma nova universidade, pequena em número de estudantes e cursos, mas herdeira de uma história de qualidade. Essa rica herança no ensino, pesquisa, extensão e no atendimento à saúde permitiu à recém-criada universidade começar sua trajetória de expansão geográfica e nas áreas do conhecimento com um padrão de qualidade já estabelecido.
Podemos, seguramente, dizer que uma escola, sediada na capital paulista, cresceu e se transformou em uma universidade que serve ao Estado de São Paulo. Ela segue formando profissionais que se espalham pelo país, titulando mestres e doutores, que retornam às suas origens, ajudando a consolidar outras instituições, produzindo pesquisas, ciência e novos conhecimentos de padrão internacional. A Unifesp, ainda jovem, já é uma universidade do Brasil e do mundo.
Posso afirmar, como testemunha ocular, que essa evolução, ocorrida em apenas 25 anos, iluminada pela excelência, reflete a dedicação de uma comunidade que traduz a qualidade da universidade pública e gratuita. Igualmente, a gestão eficiente dos reitores Manuel Lopes, Hélio Egydio, Ulysses Fagundes, Marcos Ferraz, Walter Albertoni e Soraya Smaili, cada um ao seu tempo, superando desafios, dando passos à frente e colaborando com a consolidação do sistema federal de ensino superior, sempre participando da Andifes.
A Unifesp que conheço, transformada a partir de cursos de excelência na área da saúde, baseados em um grande hospital público na capital, hoje se tornou multicampi, inclusiva, abrangendo inúmeras áreas do conhecimento e com vitalidade para continuar crescendo. Uma grande universidade pública.
Gustavo Balduino
Secretário Executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes)
Exemplo de excelência acadêmica e científica
Os 25 anos da Unifesp representam um marco expressivo para a academia e a pesquisa no Brasil. Seus programas de pós-graduação, responsáveis pela titulação de mestres e doutores de elevadíssimo nível e competência, a posicionam no topo dos índices médios de produtividade científica por docente no âmbito das universidades nacionais.
A relevância da atividade de pesquisa da instituição se evidencia na sua aplicação prática em benefício da sociedade. Exemplos disso encontram-se no Prêmio Péter Murányi, que objetiva justamente reconhecer iniciativas comprovadamente impactantes na qualidade da vida de comunidades de regiões em desenvolvimento. Dois trabalhos advindos da Unifesp tiveram especial destaque no certame: em 2003, quando a premiação contemplou Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o grande vencedor foi Síntese, Estudos Físico-Químicos e Utilização Tecnológica de Materiais Poliméricos: Um Exemplo de Interação entre a Ciência Básica e a Aplicada, de autoria de Clóvis Ryuichi Nakaie, docente na Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) – Campus São Paulo; em 2014, a área de conhecimento em foco foi a Saúde, com Achados Clínicos e Experimentais do Exercício Físico como Terapia Complementar na Epilepsia, de Ricardo Mário Arida, Fulvio Alexandre Scorza e Ésper Abrão Cavalheiro, docentes na EPM/Unifesp – Campus São Paulo, como um dos finalistas.
Trabalhos como esses que participaram do Prêmio Péter Murányi atestam a excelência da Unifesp. A instituição, com origem na Escola Paulista de Medicina (EPM), uma das mais importantes do gênero no Brasil, produz hoje conhecimento e ministra cursos de ensino superior de elevada qualidade em múltiplas áreas. Assim, é notável sua contribuição à ciência, à pesquisa e à formação de docentes e profissionais qualificados.
A bem-sucedida trajetória acadêmico-científica da Unifesp, com resultados concretos, demonstra que o Brasil tem imenso potencial para avançar muito no campo da Pesquisa & Desenvolvimento. Isso é crucial para que nosso país ingresse em um ciclo sustentável de crescimento, ascensão do patamar de renda e inclusão massiva de seus habitantes nos benefícios da economia.
Vera Murányi Kiss
Presidente da Fundação Péter Murányi
Vencemos pela ciência
As universidades públicas estaduais e federais localizadas no Estado de São Paulo representam importantes polos de excelência na pesquisa, no ensino e na extensão. Pautam-se pela qualidade dessas modalidades de atuação em benefício da produção, transmissão e compartilhamento do saber, além de serem as grandes responsáveis pela produção científica brasileira. As trajetórias dessas instituições se entrelaçam e se complementam, fazendo de São Paulo um Estado pujante no cenário do ensino superior brasileiro.
A criação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que teve como núcleo de origem a Escola Paulista de Medicina (EPM), remonta ao ano de 1933 e, assim como a Universidade de São Paulo (USP), fundada um ano mais tarde, foi resultado “de acontecimentos sociais inelutáveis”, como mencionou o primeiro diretor da Escola, Octávio de Carvalho, em seu discurso de posse. Se, em 1932, perdemos a Revolução Constitucionalista pelas armas, pela ciência vencemos, com a criação de universidades que se tornaram referências mundiais e, hoje, são motivos de orgulho para a sociedade paulista e brasileira, assim como é a Unifesp.
Congratulo-me com os dirigentes, docentes, técnicos e estudantes que forjaram essa instituição e fazem dela um exemplo de liderança universitária.
Vahan Agopyan
Reitor da Universidade de São Paulo (USP)
A batalha de um visionário
De como um português de origem humilde, oriundo da aldeia de Paradela, tornou-se diretor da Escola Paulista de Medicina e arquiteto do projeto que permitiria a criação de nossa universidade, há 25 anos
Texto: Juliana Narimatsu
Manuel Lopes dos Santos nasceu em 26 de outubro de 1937 na aldeia de Paradela, no município de Miranda do Douro, em Portugal. O povoado, de tão pequenino, tinha na ponta da língua o número dos que formavam a comunidade: cem habitantes. Apesar da falta de luz elétrica, estrutura sanitária e estradas asfaltadas, a riqueza da região se concentrava nas águas cristalinas do rio Mondego, onde a juventude pescava e nadava no verão. Vida simples. As dificuldades assolaram a Europa com o fim da 2ª Grande Guerra, e a fome fez parte da infância de Santos. A ausência do pai, que buscou por um futuro fora do país quando ele tinha seis meses de idade, também o marcaria na primeira infância.
Com oito anos, desembarcou no Brasil, acompanhado pela mãe. Nessa época, com uma situação financeira melhor por conta do emprego como comerciante, a figura paterna finalmente reencontrou seu único filho. A família foi morar em Guarulhos. Tempos depois, chegaram à capital paulista. Santos retornou à escola. Considerava-se um aluno mediano, que se dedicava aos estudos às vésperas das provas – e mesmo assim ia bem.
Ainda adolescente, para garantir seu “pé- de-meia”, trabalhou como garçom e passou por ocupações que perduraram por curto prazo. Sua vocação, no entanto, foi descoberta aos 16, a partir da amizade com um vizinho, médico formado pela Escola Paulista de Medicina (EPM). Motivado por uma profunda admiração, Santos seguiu os passos desse profissional.
Em 1958, ingressou na mesma instituição, conhecida carinhosamente como Escolinha. A trajetória de estudante universitário e sua carreira, principalmente acadêmica, resumem-se em uma palavra: plenitude. Santos agarrou todas as oportunidades que apareceram. Após a graduação em Medicina, em 1963, cursou a residência médica em Pneumologia (1964-1966), tendo desempenhado as funções de preceptor clínico dos médicos residentes (1968-1972) e de chefe do Ambulatório de Medicina Integral (1968-1969).
Obteve o título de doutorado em 1976 e, em 1985, tornou-se professor titular de Pneumologia, disciplina cuja chefia assumiu entre os anos de 1981 e 1991. Foi ainda orientador e coordenador do programa de pós-graduação stricto sensu em sua área e presidiu colegiados constituídos para organizar as atividades da instituição.
Santos enfrentou muitos desafios, sem dúvida. Inclusive como diretor clínico do Hospital São Paulo (1985-1991) e como diretor da Escola Paulista de Medicina (1991-1995). Foi sob sua gestão que a EPM se tornou a Universidade Federal de São Paulo. Ele acreditara nessa transformação, pois a instituição estava madura o suficiente, com um status significativo no âmbito acadêmico e científico, e precisava expandir-se.
Aceito pela Congregação da EPM, o projeto de criação da Unifesp fora aprovado em 1994 pela Câmara Federal e pelo Senado. Em dezembro desse ano, Santos foi nomeado reitor pro tempore, interrompendo o mandato como diretor da EPM. No exercício do cargo provisório, que se estendeu até junho de 1995, conduziu o processo de transição, que incluiu a elaboração do estatuto e a eleição do novo reitor.
Na sequência, entre 1995 e 2003, ocupou a Pró-Reitoria de Extensão, aposentando-se no último ano citado.
Manuel Lopes dos Santos faleceu em agosto de 2018, deixando sua marca na história da EPM e da Unifesp, bem como na vida de amigos e familiares.
Marcelo Cincotto Esteves dos Santos, filho de Manuel Lopes dos Santos e diretor administrativo do Hospital São Paulo, ao lado da jornalista Juliana Narimatsu / Imagem: Alex Reipert/DCI-Unifesp
“Saudade, amor e exemplo. A falta que sinto do companheiro de pescaria que me apresentou o mar. Amor por um pai, o beijo que ganhava à noite, antes de dormir, gerando aconchego e segurança para trilhar meus caminhos. Exemplo de vida, pelo qual carrego uma admiração enorme. Cada foto que encontro no Hospital São Paulo e na EPM me remete às suas conquistas e ao respeito que tinha pelas pessoas, sendo esse seu maior legado. Ele expressava sua preocupação com todos. Como a mim, auxiliou muitos a realizar seus sonhos. Beijos, onde estiver, do seu filho.”
Santos na escadaria do edifício Leitão da Cunha, em registro comemorativo do 1º Congresso Brasileiro de Residentes, em 1968 / Imagem: Arquivo pessoal
Tradicional foto, de beca, na formatura da Escola Paulista de Medicina / Imagem: Arquivo pessoal
Santos (de jaleco) recebe homenagem da Escola Paulista de Medicina / Imagem: Arquivo pessoal
Inauguração do edifício localizado na rua Pedro de Toledo, que recebeu o nome de Prof. Dr. Manuel Lopes dos Santos / Imagem: Arquivo pessoal
Referências:
MEMÓRIA SPDM: Dr. Manuel Lopes dos Santos. Edição: Sérgio Alexandre de Carvalho. [S.l.]: Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, 6 dez. 2016. Canal YouTube, gravação digital (33min32s), son., color. Disponível em: <https://www.spdm.org.br/a-empresa/conheca-a-spdm/memoria-spdm/item/2469-dr-manuel-lopes-dos-santos>. Acesso em: 2 out. 2018.
MANUEL Lopes dos Santos: banco de dados. In: CENTRO DE HISTÓRIA E FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS DA SAÚDE. Banco de Memória e Histórias de Vida da EPM/Unifesp, 2007. Disponível em: <http://www2.unifesp.br/centros/cehfi/bmhv/index.php/entrevistas-do-projeto-75x75/60-entrevista-modelo>. Acesso em: 2 out. 2018.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO. Galeria dos ex-reitores. Manuel Lopes dos Santos. São Paulo, 2014. Disponível em: <https://www.unifesp.br/equipe-curriculos-menu/121-manuel-lopes-dos-santos>. Acesso em: 2 out. 2018.